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O menino que se tornou Rei!

Edson Arantes do Nascimento, este é o nome do Rei Pelé, que nos deixou no último dia 29 de dezembro, do ano de 2022, aos seus 82 anos de idade, por complicações em sua saúde.


Nascido em Três Corações, estado de Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940, Edson se tornou mundialmente conhecido como Rei Pelé pela sua grande genialidade com a bola, jogadas extraordinárias e com mais de mil gols marcados, segundo o Guiness Book.


Ele é filho de João Ramos do Nascimento, que também foi jogador de futebol na década de 30 – 40, conhecido como Dondinho, o qual foi o “Rei do Futebol” nessa época. A sua mãe, Celeste Arantes, completou no dia último dia 20 de novembro de 2022 os seus 100 anos de idade e reside na cidade de Santos-SP até o fechamento deste artigo.


Edson Arantes, conhecido como Pelé, ganhou este apelido de seus amigos já na infância. Segundo relato de seu melhor amigo, Raul Marçal da Silva, eles não entendiam quando Edson (Pelé) defendia uma bola no gol e falava alto o nome de seu goleiro favorito, Bilé (goleiro do Vasco da Gama de São Lourenço), foi quando começaram a chamá-lo de Pelé. No entanto, Edson não gostou do apelido, “...e foi aí que o apelido pegou mesmo (risos).”


Pelé iniciou sua carreira na cidade de Bauru-SP, na década de 50, pela equipe do Sete de Setembro, quando criança. Aos poucos, foi para o Ameriquinha, onde calçou chuteiras pela primeira vez e foi campeão do Torneio. No infanto-juvenil, jogou pelo Baquinho do Bauru Atlético Clube, o qual conquistou dois campeonatos nessa posição.


Em 1956, Pelé marcou seu primeiro gol com a camisa profissional defendendo o Santos Futebol Clube, numa goleada histórica contra o Corinthians de Santo André, no ABC Paulista, com placar final de 7 a 1 para o Peixe.


O Atleta teve grandes momentos defendendo o Santos Futebol Clube em vários campeonatos. Jogou pela Seleção Brasileira de 1957 a 1971, usando a camisa 10, ajudando a ganhar Três Campeonatos do Mundo, Uma Taça do Atlântico, Duas Taças Roca, Três Taças Oswaldo Cruz e Uma Taça Bernardo o’Higgins, sem contar dos Troféus Individuais que conquistou, como por exemplo, o de maior Jogador do Século XX e Atleta do século XX.


Muitos não tiveram o privilégio de vê-lo jogar. Ou porque não tinham a facilidade de hoje, com transmissões ao vivo via internet e aparelhos celulares ou porque era difícil o acesso aos jogos. Todavia, quem o viu, conta com muita admiração e entusiasmo o quanto ele era habilidoso e sabia o que estava fazendo em campo.


Exemplo disso, é o advogado Wilson Basanelli Junior, que foi um dos felizardos que pode assistir o Pelé jogando e brilhando. Ele conta com muito entusiasmo, satisfação e orgulho, alguns momentos daquele jogo incrível que assistiu. Na época, Basanelli fazia parte da equipe juvenil do América Futebol Clube e foi o gandula naquele jogo. A partida se realizou na década de 60, em São José do Rio Preto/SP, quando o Santos F.C. enfrentou o América F.C. daquela cidade:


“[...] o time do Santos era absolutamente fantástico, porém, o América estava ganhando de 1 a 0 [...] estava muito quente, muito sol e calor, que alguns jogadores do Santos se “escondiam” na sombra da cativa do estádio Mário Alves Mendonça, até que começaram a chamar o Pelé para o jogo, que estava um pouco meio “escondido”, talvez por conta do sol e calor que fazia. Eu me lembro que Pelé, derrepente, se não me engano, fez dois gols muito rápido e o Santos acabou ganhando, não me lembro o placar [...] foi uma coisa fantástica, inimaginável, dribles impressionantes, uma visão de jogo incrível [...] Pelé era muito bom. Eu me lembro que o América F.C. tinha um belíssimo time também, que era praticamente o time b do Palmeiras, porque o Benedito Teixeira era muito amigo do presidente do Palmeiras na época e ele ajudou muito o América. Inclusive, a título de curiosidade, Benedito Teixeira foi um dos mais atuantes Presidentes do América, tanto que enquanto esteve a frente da Diretoria, o América nunca caiu para a Segunda divisão [...] mas Pelé foi com certeza o maior gênio do futebol [...] ele tinha o dom, a mágica, era fantástico no campo e foi um privilégio vê-lo, mesmo em pouquíssimo tempo”.


O Rei era muito querido por onde passava e, numa de suas visitas a cidade para enfrentar o América F. C., fez questão de visitar a ARPROM – Associação Riopretense de Proteção ao Menor, muito conhecida na cidade, que foi fundada a época pelo juiz de Direito Silvio Irineu Berdnarski com a finalidade de oferecer aos menores da cidade emprego, assistência moral e espiritual, educação escolar e alimentação. Pelé, como tinha muita afinidade com a música, até tocou trompete com os meninos da banda. Aqui, o ano era 1969.


Pelé era um ícone brasileiro do futebol conhecido mundialmente, pela sua habilidade e carisma com o público, tornando-se o Rei da Bola e, o Rei Pelé.


Na década de 70, Pelé foi jogar no exterior. Em 1977, em um amistoso entre Cosmos e Santos, quando ele defendia o Cosmos de Nova Iorque, o Rei fez a sua última partida como profissional e se aposentou dos gramados. Ele jogou o primeiro tempo de jogo com a camisa do Cosmos e o segundo tempo com a camisa do Santos.


Sua pequena passagem pela América do Norte fez toda a diferença para o futebol por lá, e seu legado perdura até os dias atuais.


Por outro lado, além da grande história dentro dos campos, Pelé também fez grande história fora deles.


Ele adorava música e é autor de mais de 120 canções. Também, era formado em Educação Física pela Universidade Metropolitana de Santos (UNMES). Nas telinhas, gravou filmes com Os Trapalhões e demais Artistas de renome: O Barão Otelo no Barato dos Bilhões; Os Trombadinhas; Pedro Mico; Fuga para a Vitória, o qual foi gravado com Sylvester Stallone; e o Rei do Futebol, sendo, ainda, protagonista de documentários como: Isto É Pelé, Pelé Eterno dentre outros.


Merece destaque que em 1982, Pelé foi nomeado embaixador da ONU – Organização das Nações Unidas – para ecologia e o meio ambiente. Também, virou garoto propaganda, estrelando em inúmeros comerciais. Vale destaque também que em 1997, a Rainha Elizabeth II o condecorou com o título de Sir-Cavaleiro Honorário do Império Britânico, que é o título da mais alta honraria que uma pessoa que não pertence a monarquia na Inglaterra pode receber.


Na política brasileira, o Rei também teve sua grande importância, onde deixou sua marca registrada quando foi Ministro do Desporto do Brasil (1995-1998), um Ministério extinto hoje. Lá, ele criou algumas regulamentações para o futebol e a Lei Geral do Esporte, conhecida como “Lei Pelé”. A luta de Pelé era para que os atletas tivessem transparência e profissionalismo no esporte, garantindo direitos ao desporto, e conseguiu, com a promulgação da aludida lei em 1998, durante o mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso.


Pelé era muito querido por onde passava, até que se tornou um ícone conhecido no mundo todo. Com sua humildade, serenidade e carisma, realizou grandes conquistas e deixou seu legado, tanto dentro como fora dos campos. Realizou seu sonho e mostrou para o Mundo o seu futebol, ajudando a Seleção Brasileira a levantar várias taças. Realizou o sonho de muitos brasileiros, promovendo o bom futebol e trazendo vários títulos para o Brasil. Amparou muitas pessoas e contribuiu muito com o Direito Desportivo, inserindo garantias e transparências no desporto, apoiando os atletas que também sonham um dia em ser profissional e tão grande como o Rei Pelé.




Referências:

Fabiano de Cássio Bocalon- SEADESP- Janeiro 2023

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